Cultura

As aventuras de Paddington

Um filme de referências

Na apresentação prévia que habitualmente é feita antes de a sessão começar, perguntámos aos mais jovens se ainda gostavam que lhes lessem uma história antes de dormirem. Sim responderam em coro.

Pode por isso começar-se o texto como se começou a apresentação.

Era uma vez um urso que vivia com os seus pais no Peru. País esclareça-se. Isto porque uma jovem ficou admirada como é que um urso cabia na barriga de um peru. Ai a geografia! Mas avancemos! No peru, perdão Peru, vivia então com os seus pais. Num dia aparentemente calmo, um terramoto violento faz com que separem. O reencontro é no entanto triste já que o pai os deixou para sempre. O que fazer então? Mandar o jovem urso para Londres, tal como se fez na segunda grande guerra com muitas crianças para que elas não sofressem os horrores da guerra. Referência 1.

Com uma mala cheia de compota de laranja a mãe deseja-lhe sorte e coloca um bilhetinho, “Por favor, tomem conta deste urso. Obrigada”. Porque não vens mãe? Estou muito cansada. Vou para um lugar onde dizem, tomam muito bem conta de ursos cansados. Referência 2.

Chegado a Londres, vai perceber que a sua vida não será assim tão fácil, até encontrar os Brown. Pai, mãe e dois filhos. Na estação de comboios de Paddington. O Sr. Brown é um homem muito cuidadoso (demasiado quem sabe) com os seus filhos apesar de nos anos 60 ter sido um “rebelde” típico da altura. Referência 3.

À medida que o tempo vai passando apesar do aviso, “ele só fica uma noite e uma noite apenas”, as aventuras vão-se sucedendo, sucedendo também a cena de que todos estavam à espera (a lavagem de ouvidos com as escovas de dentes da família) e que apenas apimentou para que todo o filme fosse visto com muita gargalhada!

Uma palavra especial para a cinematografia que nos oferece momentos de rara inteligência (ou não tivesse o filme como produtores os de Harry Potter), uma banda sonora que pontua com chave de ouro cada momento e uma Banda Cubana que tocando “ao vivo” vai pontuando os momentos mais carismáticos da aventura pela qual este pequeno urso passa. Referência 4 quem sabe, a Birdman onde isto acontece mas com um baterista.

Uma palavra especial também para a dobragem. Quase perfeita, se não olharmos para os lábios. Perfecionismo poderão apontar? Talvez! É que ver um urso a falar português vá que não vá. Agora a Nicole Kidman…

Mas avancemos que o texto já vai longo. Fica o registo fotográfico da sessão onde não coube o aplauso do público no final do filme e o agradecimento (permitam-nos esta pequena vaidade) que enche sempre o ego. “Nos Mínimos”.

Publicado em 16/03/2015 (Atualizado em 19/03/2015)