Cultura

Mr. Link

O elo perdido?

Não é difícil gostar de Mr. Link. Tal como se referiu no lançamento da sessão, é simpático, pesa 300 quilos, embora ele diga que são 290, isto porque o pêlo é que dá um aspeto mais pesado, sabe falar (que se farta diga-se de passagem) e escrever, com alguma dificuldade, porque os dedos são muito gordos. Tem dois problemas. Primeiro, leva tudo literalmente à letra o que lhe causa alguns problemas; segundo, está só há tanto tempo que a ajuda de Sir Lionel Frost é bem-vinda, para encontrar a sua família que mora no Paraíso Escondido. Tem no entanto uma vantagem. Uma boa vontade enorme, que resulta do seu bom coração.

Por isso não é difícil gostar dele. Mr. Link. Do filme também não, já que feito com uma técnica que leva tempo, paciência e muito carinho pelo que se faz, stop-motion (animação foto a foto), faz com que este trabalho tenha levado quatro anos a pôr em prática. Dos estúdios que o produziram, Laika (em honra à primeira cadela russa que foi ao espaço), já vimos Os Monstros nas Caixas, em outubro de 2014.

Não é, no entanto, apesar da gente jovem que assistiu à sessão ter gostado (mesmo torcendo-se nas cadeiras a meio da história) um filme de animação convencional a que os computadores nos habituaram.

A movimentação a que se alia um cenário fabuloso é perfeita, tão perfeita que mesmo com um cuidado extremo na dobragem, não se pode/deve olhar para os lábios.

No fim somos brindados com uma ficha técnica original e que ao contrário dos Monstros nas Caixas, apenas mostra um bocadinho de técnica usada, já a sala está quase vazia.

Da sessão, as fotos habituais.

Publicado em 29/04/2019