Cultura

007 - Sem Tempo para Morrer

"A função do homem é viver, não existir. Não vou perder os meus dias tentando prolongá-los. Devo antes usar o meu tempo"

É com esta citação, que M encerra o filme, despedindo-se do 007 que ao longo dos tempos foi causando algumas dores de cabeça e dissabores ao governo de Sua Majestade britânica, pela forma nem sempre diplomática como resolvia algumas questões.

Sean Connery foi o primeiro 007 com ordem para matar e manteve-se no papel até 1967. Seguiram-se George Lazenby, só fez um filme em 1969, Roger Moore, entre 1973 e 1985, Timothy Dalton entre 1987 e 1989 e Pierce Brosnan entre 1995 e 2002. Todos frios, calculistas, mulherengos e sem tempo para criar laços.

Aqui chegados, como diria alguém famoso, fica com o papel Daniel Craig, que o interpretou de 2006 a 2019, ou se quisermos até 2021, considerando os atrasos na estreia.

Com ele, James Bond passou a ser um agente secreto que, mantendo as características dos anteriores, foi amolecendo no que toca à criação de laços e que nos leva a meio do filme a uma surpresa.

Não fazemos aqui um "spoiler alert", mas o filme (longo) vê-se com agrado, sobretudo se beneficiar da cópia em IMAX como fizeram os nossos Associados no sábado, dia 2 de setembro.

O fim, a que não estamos habituados, já que não somos brindados com o habitual "James Bond will be back", é digno de o encerrar com chave de ouro uma época, onde nos permitimos voltar a citar, com um brinde feito com um bom whisky velho, que "A função do homem é viver, não existir. Não vou perder os meus dias tentando prolongá-los. Devo antes usar o meu tempo".

Da sessão, com autorização para publicação, ficam algumas fotos.

Publicado em 06/10/2021