Cultura

Avatar 2009

O regresso dos Na'vi

Depois de vários contratempos para um filme que devia ter sido lançado em 1999, já que James Cameron começou a trabalhar no projeto em 1994, Avatar só ficou pronto para ser estreado em 2009. Isto porque na altura não havia equipamento que permitisse filmar em Real 3D (tecnologia e câmaras geradas pela Sony). Por outro lado, o desenvolvimento da linguagem Na'vi, criada pelo linguista Paul Frommer, só começou a ser trabalhada em 2005. Finalmente, o próprio Cameron iniciou a finalização do roteiro no início de 2006.

Mas, em 2009, estava pronto para ser estreado em dezembro desse ano. Foram produzidas duas versões, 2D e 3D (nos diversos formatos que havia na altura). Na altura, a crítica disse que Avatar era uma inovação em termos de tecnologia cinematográfica devido ao seu desenvolvimento com visualização 3D e gravação com câmeras que foram feitas especialmente para a produção do filme, conforme já referimos.

De acordo com a sinopse publicada na altura, Jake Sully (Sam Worthington) ficou paraplégico após um combate na Terra. É selecionado para participar no programa Avatar em substituição do seu irmão gêmeo, que faleceu. Jake viaja a Pandora, uma lua extraterrestre, onde encontra diversas e estranhas formas de vida. O local é também o lar dos Na'vi, seres humanóides que, apesar de primitivos, possuem maior capacidade física que os humanos. Os Na'vi têm três metros de altura, pele azulada e vivem em paz com a natureza de Pandora. Os humanos desejam explorar a lua, de forma a encontrar metais valiosos, o que faz com que os Na'vi aperfeiçoem as suas habilidades guerreiras. Como são incapazes de respirar o ar de Pandora, os humanos criam seres híbridos chamados Avatar. São controlados por seres humanos, através de uma tecnologia que permite que os seus pensamentos sejam aplicados no corpo do Avatar. Desta forma, Jake pode novamente voltar à vida ativa, com o seu Avatar, percorrendo as florestas de Pandora. Aí conhece acidentalmente Neytiri (Zoe Saldana), uma feroz Na'vi, que lhe serve de tutora para a sua ambientação na civilização alienígena.

Alguns anos depois, o filme regressa mantendo a história que se situa temporalmente em 2154, mas com uma roupagem nova. Com a tecnologia disponível neste momento, foi remasterizado para 4K (o cinema normal passa 24 imagens por segundo e no 4K 48 imagens por segundo), o que melhora substancialmente a visualização. O desenho de som, na altura já muito bem concebido, foi melhorado, e o IMAX 3D dá-lhe o toque final de magia.

Diz quem vos escreve estas linhas, que já vão longas, que se na altura a imagem era totalmente inovadora em termos de 3D, ainda que visto num écran normal, 13 anos depois foi bom voltar a rever e pensar, sobretudo numa altura em que sofremos as alterações climáticas que por andam por aí, que às vezes a ganância humana é tanta que não olha aos meios para atingir os fins.

Finalmente, o filme tem nova classificação etária, maiores de 6 anos, que levou a que na sessão de sábado, dia 1 de outubro, fosse muita gente nova que nunca tinha visto 3D e Imax, algo que provocou espanto manifestado em voz alta quando algumas imagens vinham tocar-nos no nariz, mesmo apesar de não perceberem a passagem entre dimensões. Mas o seu espírito de justiça estava lá, sobretudo quando os "maus" são derrotados, já que só faltou bater palmas.

Foi uma experiência familiar agradável, a repetir, quem sabe, lá para dezembro com a chegada de "Avatar 2 - O Caminho da Água", com que somos brindados no fim da ficha técnica.

Da sessão ficam algumas fotos (todas com permissão dada), que tiveram que ser tiradas fora da sala, já que desta vez a sessão não era exclusiva do Clube Millenniumbcp. Mas valeu a pena.

Publicado em 04/10/2022