Cultura

Igreja de São Domingos

Associados foram guiados pela Sra. Prof. Isabel Ramos que, detalhadamente, nos levou a percorrer todo o monumento lisboeta

A Igreja de São Domingos, na baixa de Lisboa, embora à primeira vista não pareça, é um repositório das grandes cerimónias religiosas dos casamentos e batizados reais. É geralmente mais conhecida por no dia 19 de abril de 1506 ali ter começado o massacre dos judeus, quando afetado pela peste, o povo de Lisboa implorava misericórdia divina.

Conta a historiografia que alguém presente jurou ter visto o rosto de Cristo iluminado, o que para os crentes só podia ser um milagre. Um cristão novo, que também participava na missa, terá tentado explicar que o que estavam a ver era apenas o reflexo de uma luz mas, de imediato, foi calado e espancado até à morte, dando-se assim início à perseguição aos judeus acusados de serem os culpados por todo o sofrimento que estavam a ter pois o mesmo era fruto dum castigo divino pelas blasfémias dos judeus.

Afetada ao longo da sua existência por inúmeros terramotos, que lhe foram alterando a sua traça original, foi o incêndio, ocorrido no dia 13 de agosto de 1959, que lhe deixou as marcas que todos podemos ver. Esteve fechada largos anos pois só abriu ao público, nas condições atuais, em 1994.

Nesta nossa visita fomos guiados pela Sra. Prof. Isabel Ramos que, detalhadamente, nos levou a percorrer todo o monumento. Do rico património que ali existia, pois a sua construção começou em 1241, quase nada restou. Os altares, sob o efeito das altas temperaturas, partiram sendo de um simbolismo atroz a capela mor onde no chão estão braços e cabeças de imagens que o fogo danificou, bem como o Sacrário que ficou esventrado fruto do incêndio. Ainda há portas onde a presença a queimado está bem visível.

Mas a igreja fazia parte daquele que foi um dos mais notáveis conventos de Lisboa. Foi na sua cerca que o Rei Dom João II mandou construir o Real Hospital de Todos os Santos (que ruiu com o terramoto de 1755) e, onde hoje vemos (ou víamos, como o Bráz & Bráz) estabelecimentos comerciais eram, até à extinção das ordens religiosas, parte integrante do convento.

Para muitos dos sócios, que participaram nesta visita, foi uma surpresa. A partir desta data ficaram a olhar aquela igreja com "outros olhos".

O Clube agradece à Sra. Prof. Isabel Ramos a simpatia com que nos acolheu. Agradece também ao Sr. Padre Vitor Gonçalves, prior da igreja, por ter autorizado e agendado esta visita.

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Publicado em 28/04/2015