Cultura

Jardim Botânico de Lisboa

Foi sob um frondoso Teixo, que o Sr. Prof. Fernando Catarino se juntou ao grupo de sócios, que ali se protegiam do sol, e deu início à visita

Começou, no passado dia 22, por nos fazer uma breve história daquele edifício, onde funcionou a Faculdade de Ciências, do incêndio que ali ocorreu em 1978 e do "desastre" que isso representou para aquela faculdade.

E porque era de botânica que se ia falar, logo o Teixo foi pretexto para uma detalhada explicação do crescimento e da datação dos anos de uma árvore. Dos Dragoeiros contou-nos histórias como a daquele que foi "trasladado" do norte da cidade, em jorra gigante, para ali ser replantado e que é hoje um belo exemplar daquela espécie.

E foi ver o Prof. Catarino, com uma juventude de 83 anos (o que deve servir de exemplo a todos os bancários, para serem ativos) a saltar, na colheita de um ramo de uma árvore, para nos mostrar como eram belas aquelas folhas que compunham o mesmo.

Como a natureza nos ensina, foi o que nos mostrou, pois as plantas, que sozinhas não conseguiam atingir o ponto onde se fixarem, mas, que ao associarem-se, e formarem um conjunto, conseguiam com facilidade atingir o que pretendiam.

Colheu sementes, cascas de árvores, folhas diversas, para nós vermos como tudo tem um sentido na natureza. Mostrou-nos e falou-nos do local onde, ao ar livre, deu aulas aos seus alunos pois o Prof. Catarino, além de ter sido diretor daquele jardim, foi também, durante largos anos, professor daquela faculdade.

De Araucárias, de Sequóias, da Árvore do Príncipe e de muitas e muitas mais se falou, de onde são originárias, e de como se adaptaram ao novo habitat. Como daquela em que as suas raízes ao elevarem-se um pouco acima do solo, e tendo por obstáculo um muro, formaram como que um presépio, e de que o Prof. Catarino se encarregou de arrancar as ervas, para melhor podermos ver este capricho da natureza. Ou de uma outra que só após cem anos, de ali estar plantada, deu fruto. As alterações climáticas assim o ditaram.

E das diversas utilidades que ao longo dos tempos o homem foi dando às plantas, como aquela cuja seiva é elemento de pastilha elástica, ou doutra, que em tempos idos, foi usada como pigmento para os pintores criarem as suas mais ricas obras de arte sacra.

Tendo a visita começado às quinze horas já eram dezoito quando terminou.

Dá pena ver que o jardim está um pouco abandonado. Há promessas de conseguir algum financiamento para o recuperar. Prometemos aos muitos sócios que não tiveram vaga, voltar ali no outono, para mais uma visita. É a nossa forma de contribuir para que aquela parcela da cidade volte a ter o brilho que já teve.

Aceda aqui a mais fotos da visita.

Publicado em 25/05/2016