Cultura

Fomos da Baixa ao Miradouro da Senhora do Monte numa noite de Verão

Visita guiada teve início no Largo de São Domingos, em Lisboa, no dia 9 de julho

O encontro, conforme o programa proposto, foi no Largo de São Domingos, em Lisboa. Ali falou-se da Igreja de São Domingos, do seu Convento, do Hospital de Todos os Santos, dos distúrbios de 1506 que levaram à chacina de muitos judeus e do contributo de Richard Zimler para a divulgação da Inquisição e do Palácio dos Estaus.

Do Palácio da Independência, assim conhecido, não por ser onde Miguel de Vasconcelos foi defenestrado, mas por ter sido o local onde os "conjurados" se reuniam, seguimos da Capelinha da Senhora da Escada até às Portas de Santo Antão. Caminhando, passámos pelo Poço do Borratém. Espreitámos o que prova a existência do dito e, quase de fronte, reza a tradição que a casa que olhámos terá sido a de João das Regras.

No Martim Moniz, o tema foi a Ermida da Senhora da Saúde e do Colégio do Amparo, da razão pela qual aquela ermida construída no início do século XVI em honra de São Sebastião passou, tempos depois, a ser conhecida por Senhora da Saúde. Umas obras impediram-nos de atravessar o Jardim da Cerca da Graça. Acabámos por ter de subir todo o "Caracol da Graça", o que foi um esforço considerável.

Na Senhora do Monte, o mote da nossa conversa foi São Gens, a capela primitiva construída em sua honra, e a sua cadeira de pedra que, reza a tradição, se as senhoras grávidas ali se forem sentar, chegada a hora do parto, tudo correrá bem. Para quem gosta de olhar, à noite, a Baixa iluminada, não haverá melhor local do que este, pensamos nós.

Como no grupo havia quem nunca tivesse passado pela Vila Operária Estrela d'Ouro, fomos até lá. E, do mesmo modo, seguiu-se a Vila Berta. Nas Mónicas, o passado daquele convento, e o que se prevê para o seu futuro, também foi ponto de abordagem.

Chegados às Portas do Sol, o Palácio Azurara, com a sua torre que fazia parte da Cerca Moura, não foi esquecido. E, vendo-se dali São Vicente de Fora e o cimo de Santa Engrácia, mal fora não nos lembrarmos de Violante e do seu amado Simão e da maldição que este, na fogueira, lançou sobre as obras que estavam em andamento para a edificação da nova igreja.

Descendo para Alfama, o que resta da muralha da Cerca Moura e a judiaria que terá existido, algures, onde hoje é o Largo de São Rafael, foram temas falados. Junto à Sé, a lenda do bispo Martinho de Zamora foi lembrada.

No Rossio fizeram-se as despedidas finais, mas a conversa ainda se prolongou por mais alguns minutos, porque estas iniciativas do Clube, além da parte cultural, são também boas oportunidades de convívio entre os nossos Sócios.

Publicado em 11/07/2022