Desporto

Triatlo do Douro

Relato do Associado António Moriés

No dia 26 de agosto, em pleno calor estival, decorreu mais uma edição do Triatlo do Douro (1,9 km natação + 90 km bicicleta + 21 km corrida), tendo abraçado este desafio competitivo os Associados António Moriés e o Diogo Pereira.

A prova anunciava-se difícil, dada a temperatura prevista de 35ºc. Eu nunca tinha participado numa prova com tanto calor e a começar tão tarde (10h00); disse a organização que era para termos espectadores. Estas provas costumam começar às 8h00, por causa do calor e do trânsito, que é encerrado, e, portanto, se a prova acabar mais cedo, o trânsito volta ao normal mais cedo.

Impunha-se um grande controle do esforço, pois não se sabia qual era a temperatura das águas que nos davam nem se sabia se havia águas para todos durante toda a prova.

O segmento da água não teve qualquer surpresa, dado que a temperatura da água estava ótima para utilização do fato isotérmico e não havia ondas, apenas uma ligeira corrente num dos sentidos. A novidade foi que tínhamos que sair da água e voltar a entrar, mas isto acontecia numa zona em que era preciso ter cuidado para não escorregarmos nem pisarmos mal alguma zona menos direita. Graças à alcafita colocada lá para o efeito, não me magoei.

Deixei arrancar toda a gente e lá segui com o meu ritmo normal (leia-se lentamente) e fiz os 1.900 metros em 45 minutos. Sem surpresas, mas quase fui abalroado pelas mulheres que saíram 5 minutos depois dos homens. O grupo da frente das mulheres passou a um metro de distância por mim e iam bem depressa.

A transição para o segmento de bicicleta fez-se em 2 minutos sem problemas e o segmento de 3 voltas começou com uma subida de 100 metros bem inclinada até estarmos à altitude da ponte pedonal, que foi feita sempre em pé nas 6 vezes que por lá passei. Logo a seguir à ponte pedonal, fui ultrapassado por uma atleta que ia apenas ligeiramente mais rápido do que eu, mas não tentei ir ao ritmo dela, pois o calor já se fazia sentir e preferi ir ao meu ritmo.

Após ter ultrapassado uma dúzia de atletas, decidi aproveitar uma sombra da montanha que apanhava um metro da estrada e devo ter andado na zona mais suja da estrada, pois furei e tive que perder cerca de 10 minutos a colocar nova câmara de ar. Depois disso, continuei os restantes 75 km ao meu ritmo e ainda fui dobrado pelo grupo da frente, que era constituído por 6 atletas que iam em fila indiana, a aproveitar a proteção da deslocação provocada pelo atleta da frente. Isto era proibido pelos regulamentos, isto é, os ciclistas não podem ir a menos de 12 metros do ciclista da frente, mas os juízes, aparentemente, não viram. Ainda passaram novamente por mim em sentido contrário (já estavam a regressar), ainda em grupo.

Das três garrafas de água congelada na noite anterior que levava comigo na bicicleta, uma para cada 30 km, ainda tive que usar uma quarta garrafa de água da organização e que tinha água incrivelmente gelada (choque térmico que soube muito bem). Segmento de 90 km feito em 3h08m.

Com uma transição de 2 minutos e 22 segundos, chegado ao segmento de corrida, senti que estava bem e que conseguia dar as passadas com a abertura necessária para ir ao meu melhor ritmo nestas condições de calor.

A organização esteve bem com as águas, que estavam geladas e podíamos levar sempre duas, usando uma para deitar pela cabeça abaixo e a outra para beber. Havia uma estação destas em cada ponta do circuito de ida e volta (4 voltas).

Ainda nos presenteavam com uma zona onde havia sempre duas esponjas para cada um impregnadas em água gelada. Passávamos sempre duas vezes nesta zona em cada volta. Segmento terminado ao fim de 2h35m, numa prova com um tempo total de 6h31`35``.

A organização esteve muito bem e fiquei com vontade de voltar. Água para beber e deitar por cima do corpo sempre gelada, na quantidade que queríamos, esponjas com água gelada e ainda se deram ao luxo de encomendar uma banca da Herbalife, que nos oferecia depois da meta batido de proteínas com água fresca. Muito bem.

Publicado em 20/09/2018