Desporto

Clube Millennium bcp presente no Triatlo da Golegã

Confira o relato do Associado Nuno Nobre

"O Clube Millennium bcp esteve presente no Triatlo da Golegã, que é uma espécie de triatlo "todo o terreno" com o título competitivo XTerra"

Mais uma prova, mais um desafio e que desafio. Pela primeira vez fiz um Triatlo em modo "country", nada mais do que o XTerra-Portugal. O XTerra Portugal é uma prova internacional organizada pelo Núcleo Sportinguista da Golegã, com o apoio técnico da Federação de Triatlo de Portugal. O atleta português mais representativo desta modalidade é o Rui Dolores, que este ano já venceu o XTerra de Malta e venceu também esta edição do XTerra Golegã-Portugal. É constituído por uma prova Standart pontuável para o XTerra Europe de apuramento para o XTerra WorldChampionship. Paralelamente contava também para o Campeonato Nacional Individual de Triatlo Cross.

Natação: Percurso de ida e volta na lagoa de Alverca, sem corrente. Partida dentro de água, 2 voltas com passagem por terra.

Ciclismo: Percurso de BTT em linha, numa volta única, essencialmente em terra batida, nos terrenos de Lezíria, Paul do Boquilobo e Charneca. O terreno apresenta um desnível considerável. Apesar de não ter subidas muito extensas e com cerca de 8 km de zonas planas, apresenta algumas zonas com bastantes seixos e a progressão acaba por ser um pouco mais lenta, sendo que as descidas se tornam mais perigosas devido à quantidade de pedra solta (descidas perigosas assinaladas no local).

Corrida: Percurso essencialmente em terra batida, areia e trilhos, totalmente plano, sendo os dois quilómetros finais dentro da Golegã com piso de calçada.

Para além da dificuldade do percurso, este ano tivemos uma dificuldade acrescida que foi o calor. Com a prova a começar as 14h00 foi em plena hora de calor que se fez a prova atingindo os 39ºc, por isso dois dias antes comecei a hidratar-me com água + eletrólitos e tive especial atenção de não falhar a alimentação e hidratação durante o percurso de BTT, porque sabia que iria sofrer as consequências na corrida.

Na Natação, como a temperatura da água era superior a 22ºc, pela primeira vez fiz o segmento sem fato de neopreno. Foram 1,5 km com uma saída aos 750m. Apesar de cada vez me sentir mais confortável na água, no fim fica sempre um sabor agridoce porque quando olho para os números dos primeiros classificados vejo que ainda tenho muito a melhorar; fiz a natação em 35´ enquanto que a média dos primeiros andou pelos 25´. Tínhamos mais um obstáculo que eram as algas, "aquilo" estava cheio delas, a cada braçada pegava num bom molho delas, ainda pensei trazer algumas para casa e fazer um lindo jarro de algas.

T1 - Transição correu dentro do esperado fazendo a mesma em 1´31.

Ciclismo, desta vez coube à Bike de Montanha fazer as honras do evento, sensação estranha pois estou mais habituado a pegar na "cabra". Bem fresquinho após sair da água, foram 5 km planos o que foi bom para me adaptar à bike e ao terreno, mas eis que num gancho mais apertado a roda da frente escorrega e lá vou eu com os "cromados" ao chão; foi um incidente que me deixou em alerta e tratei logo de tirar pressão nos pneus pois o terreno estava muito seco e em boa hora o fiz onde apanhei subidas difíceis, mas descidas ainda mais difíceis, muito técnicas com terra e pedra solta.

Mais ou menos ao Km 10 passo pelo Pedro Silva, colega do Clube que também estava a fazer a prova, dei-lhe uma palavra de incentivo e lá fui eu pelo trilho abaixo. Tinha como expectativa fazer abaixo das 2 horas, no entanto fiz 2:12, embora a prova não tivesse muita altimetria esta estava cheia de "single-tracks" com muitas viragens o que sempre dificulta manter um ritmo alto, mas como estas estão lá para todos e houve que conseguisse fazer abaixo das 2 horas, este será um ponto a rever numa possível futura participação.

T2 - Chegada com as pernas em bom estado e feita de uma forma rápida (1´23) - "Bora lá acabar isto que só faltam 10K".

Corrida, em modo Trail onde o calor continuava forte. Na saída da transição estavam com esponjas encharcadas de água. Pego numa, soube-me às mil maravilhas. Começo com um ritmo de 4:30, mas em poucos quilómetros vejo que tenho de abrandar pois começava a ter dificuldade em respirar fruto do calor. Por poucos metros vou mesmo a andar mas digo para mim mesmo: "se vieste cá para correr ou para andar" e depressa comecei a correr em ritmo controlado onde pouco a pouco comecei a sentir-me melhor e os atletas que me tinha passado já estavam mais perto de mim, o que me deu alento para continuar a forçar mais o ritmo.

Vou num grupo de 3/4 atletas, eles vão ficando para trás até que ao Km 6 fico sozinho. Assim foi do km 6 ao km 8 onde o percurso era composto por alguns obstáculos naturais (troncos de árvores), outros nem por isso (subir e descer muros, passar túneis com água pela cintura). Nesta altura já ia confortável na corrida o que resultava num pace médio de 4:45. A faltar 2 km para a meta avisto 3 atletas; era o "Boost" necessário para dar mais um pouco de mim. Fomos em grupo até a meta deste grupeto.

No final consigo chegar em 2.º. Feitos os 10 km em 55´56” com um registo total de prova em 3:47:05. Prova caracterizada por muitas desistências, +- 40 em virtude do grau de dificuldade associado ao percurso e ao calor.

Deixo a minha classificação quer no XTerra Europe, quer no Campeonato Nacional Individual de Triatlo Cross:

. Xterra Europe - #65.º Geral | #10.º Escalão.
. Campeonato Nacional Individual de Triatlo Cross - #45.º Geral | #7.º Escalão.

Com o aproximar do Iron-Vitoria Gasteiz, este foi mais um desafio para me puxar aos "limites" e de preparação para o dia 14 de julho de 2019... falta até lá fazer o Triatlo de Caminha e a Corridas das Fogueiras em Peniche!

Publicado em 04/06/2019