Desporto

Triatlo Longo de Caminha

Veja e leia alguns dos relatos e fotos dos nossos associados presentes na competição

Relato de Miguel Cruz

Depois de Caminha 2018, na companhia de alguns atletas do Clube, voltei a Caminha este ano com um staff de luxo (família e amigos), e foi muito diferente, melhor ainda. Foram 3 dias muito bem passados, num belo lugar, intensos e repletos de boa disposição em módulo férias com um "pequeno" triatlo pelo meio.

Pela primeira vez, tranquilamente, na véspera da prova, na companhia de mais dois nossos atletas, fomos fazer o reconhecimento da volta de bike, tudo tranquilo e relaxante; no futuro, se for possível repetir.

Estava preocupado com as condições climatéricas previstas para o dia da prova, principalmente para o nosso staff de apoio, família e amigos, mas a chuva intensa marcou presença apenas durante a noite até madrugada, e assim o nosso staff esteve em alta, com uma importante capacidade vocal a puxar pelos atletas - é um "ânimo" extra.

A natação foi o segmento menos confortável, com alguns contratempos, mas é assim, também nas provas não somos nós que fazemos a circunstância, é Outro.

O segmento da bicicleta correu bem, nada de novo, sempre a apontar para um andamento com ritmo controlado, o que veio a acontecer. Na transição da bike para a corrida fico sempre expectante para saber se o que "sobrou" dá para correr ao ritmo desejado ou não, mas mais uma vez deu para fazer a meia em 2 horas, com o presente final de ter feito melhor tempo do que em 2018.

A organização esteve ao nível de 2018, há muito espaço para melhorar; entre nós comentamos a eventual falta de controlo pela federação no cumprimento do trajeto do segmento da bike e da corrida, permitindo eventuais cortes nas distâncias pelos de atletas, andar na roda, abusivamente, tudo sem penalizações conhecidas dos comissários. Para mim não é tema, é um problema, um problema para o atleta, não é íntegro, se é assim na prova não será muito diferente como pessoa. Obrigado

Luís Faria

Depois de no triatlo de Setúbal 2019 (um Half-Iron ou triatlo de média distância) ter corrido menos bem, por erros de descuido com o tema da alimentação, causados por excesso de confiança de quem já fez algumas provas, fui a Caminha com o objetivo de acabar e confirmar a marca abaixo das 5 horas conseguida em 2018.

O triatlo de Caminha tem um misticismo, por saltarmos do ferry boat no meio do rio Minho. Até ao sítio da partida, este momento é especial. É sempre uma festa com um DJ que nos mete musica a "bombar", para 300 malucos vestidos de fato neopreno e touca de silicone. Uma rave do triatlo!

Na minha prestação, deu-me gozo ter sentido que a parte de natação correu melhor. Mantive um bom ritmo bom e constante, sem queimar. Este ano, nadamos no sentido da enchente da maré, no momento em que virou e por isso não se sentiu tanta corrente. Não houve facilitismos.

A transição para a bicicleta correu melhor que no ano passado. Em 2018, encurtei o meu fato na zona tornozelos para o despir mais depressa. Este domingo, levei um fato novo que ainda despi mais depressa. O parque de transição é muito pequeno pelo que também facilita a transições muito rápidas.

Foi importantíssimo nesta mudança de segmentos não me ter baralhado com os botões do relógio. Em 2018, baralhei-me todo com o relógio e por isso perdi o controlo do tempo decorrido, médias, etc. Não sabia a quantas andava, o que fez passar por momentos de stress, pela necessidade de constantemente fazer contas à minha prestação, para saber se conseguiria fazer sub 5h. Desta vez, acertei com o botão que parte os segmentos e sabia bem a "quantas andava". Claramente foi a principal vantagem para ter uma prova mais calma e controlada, sem alterações de ritmo, para chegar com sub 5h.

No segmento de ciclismo, este ano não levei a minha bicicleta de contrarrelógio, tipicamente usada nos triatlos de média e longa distância, por trazer fortes vantagens de aerodinâmica e poupança no esforço das pernas, para a corrida. Na verdade, sempre embirrei com a minha "cabra" (nome dado a CR, na gíria triatlética) por a achar pesada e pastelona. Levei uma bicicleta de estrada da linha aéro que na verdade só lhe falta o guiador e extensores para ser uma CR. Consegui tirar 2 minutos ao segmento, com uma média de 34.7 km/hora. Contrariei todos os dogmas do triatlo, na discussão cabra vs bike de estrada! Mas apercebi-me que se me baixasse para uma posição mais aéro ganhava 0.02 km/hora, mas arruinava-me os ombros com dores. Num half, para 90 km, fez uma diferença relativa, mas num Iron Man ou longa distância, fará toda a diferença pela poupança de energia despendida para os 180 km.

Na transição para a corrida, desmontei "à triatleta" pela primeira vez. Ensinou-me o Bruno Vaz e treinei meia dúzia de vezes. Portanto, descalcei-me em andamento na bicicleta e pedalei com os pés em cima dos sapatos, para depois saltar em andamento, antes da linha de entrada no parque. Por motivos de segurança, o regulamento obriga-nos a entrar desmontados ao lado da bicicleta. O meu relógio indicou-me que o tinha feito em 1 minuto, embora tenha voltado atrás para o ir buscar. Esqueci-me do relógio no suporte da bicicleta e ter-me-á custado 15 segundos para o ir recuperar. O tempo oficial foram 70 segundos, para entrar no parque, pousar a bicicleta no nosso sítio, tirar capacete, virar dorsal, calçar ténis e sair para a corrida.

Este ano, a corrida foi menos sofrida, pois por não me ter atrapalhado com o relógio consegui gerir melhor o meu sofrimento. A corrida é sempre o meu segmento mais fraco. Costumo ter câimbras se não faço uma boa gestão dos segmentos anteriores e sobretudo da alimentação. Só como barras na bicicleta, mas na corrida é proibitivo pois o metabolismo não é igual. Não consigo digerir sólidos. Na meia maratona, só posso ingerir líquidos (água e bebidas isotónicas) e gel. Meti 4 gels. Apesar de apenas ter melhorado poucos segundos, correu-me francamente melhor, tendo ficado com a sensação que poderia ter forçado ritmo, em vez de aceitar o melhor ritmo possível que nos últimos 3 km foi 5´12/km. Em 2018, ia no mesmo sítio a 5´20 e esforçava-me para conseguir manter 5´15. Naquele momento, no pior cenário possível, fiz a contas a um ritmo de 6´, caso tivesse câimbras e desse o estoiro. Mesmo assim, tinha margem de 18 minutos, para acabar abaixo das 5 horas.

A minha prova de Caminha 2019 foi praticamente decalcada de 2018. Apesar de ter passado de age group, para 45-49, consegui superar-me. Fiz 18/42 no meu escalão. Voltei a fazer este Half abaixo das 5 horas. Desafiei-me, consegui superar-me e por isso estou satisfeito. Gosto muito desta prova.

Obrigado a todos e ao nosso Clube.

Manuel Rodrigues

A minha participação em Caminha, visava aproveitar para visitar a região, onde já não ia há bastante tempo e aproveitar para fazer uma avaliação, em prova da minha forma física, com vista ao grande objetivo da época - o Bearman.

No que respeita à visita à região e convívio com alguns dos nossos companheiros de prova, as coisas correram de forma espetacular e foram 3 dias muito bem passados.

Relativamente à prova, partia com a convicção de estar ainda longe da forma necessária para fazer um Iron Man, mas com a vontade de lutar por um tempo próximo das 5 horas e se possível sub 5h, já que a natação, nesta prova, seria a "descer", tendo em conta a partida do barco a favor da corrente. Na realidade foi uma natação fácil e mesmo sem a prévia e indispensável habituação à água, acabei por subir para o cais em 73.º, com pouco mais de 28´, sendo este o meu melhor segmento. Fiz uma transição em "modo IM", privilegiando o conforto (meias, etc...) e sai para a bicicleta como objetivo de manter uma média próximo dos 35 km/h. Os quilómetros foram passando e embora fosse mantendo próximo da média pretendida, deu para perceber que os treinos neste segmento têm que aumentar, para poder manter ritmos mais elevados. Ainda assim terminei os 90 km com uma média de 34,3 km/h mantendo um ritmo constante e sem quebras.

A segunda transição correu bem e parti para a corrida também em "modo IM", mas a pensar num tempo de 1´45´´. Depressa percebi, pelo andamento que conseguia imprimir, que o tempo final iria rondar as 2 horas e acabou por acontecer. No entanto fica a satisfação de conseguir manter o ritmo constante de início ao fim.

No final o tempo total acabou por ser um pouco acima das 5 horas, mas um excelente treino para a prova de setembro. Ainda como nota positiva o facto após a prova, as únicas queixas ficarem apenas para a má opção do selim da bicicleta, que me provocou bastante desconforto durante a prova e me deixou com recordações para os próximos dias.

Desta prova, deu para perceber que a federação de triatlo, está uns furos abaixo do que estava habituado e deixa muito a desejar no que respeita ao controlo da prova, com muitas falhas em termos de organização: Na água, fomos largados muito em cima das boias, o que fez com que muitos atletas começassem a natação, já adiantados em relação aos que estavam na linha de partida; Na bicicleta andar na roda era o prato do dia, de tal modo que a segunda classificada fez metade do percurso à boleia; Na corrida (e na bike também), não havia controlo de passagem nos pontos mais afastados, pelo que quem quisesse fazer uma “paragem técnica”, depois podia arrancar no sentido contrário que não se passava nada...

Grande abraço e obrigado pela bike.

Helder Baptista

Chegada à belíssima zona do estuário/foz do rio Minho com dois dias de antecedência, para aclimatação e reconhecimento dos percursos. Tempo quente e seco e uma envolvente que não estamos habituados a ver no sul (Paisagem de Rias Baixas).

Na sexta reconhecimento do percurso da corrida... mau piso, muita terra e aquela vista avassaladora das margens do Rio Minho com ida a Moledo. Para quem vem do trail, este percurso é muito simpático, até mesmo favorável.

No sábado (já na companhia de parte da armada CMBCP) fomos reconhecer o percurso de "bici", maioritariamente plano, piso do melhor que se pode encontrar, propício a médias altas e sempre à beira do rio. Terminados os reconhecimentos, a moral e objetivos estavam bastante altos (contava mesmo não escrever esta crónica...), mas a moral desvaneceu-se a pique assim que saltei do barco e senti a água gelada...

Findo o sábado e com parte da armada em atividade motivacional (entenda-se churrasco conjunto) começou a chover, o que veio a acontecer praticamente quase até à hora da partida.

Às 07h00, entrada para o barco (pormenor - salto do barco - que faz desta prova uma prova particular) para uma partida dada num canto da “lagoa” e pista até ao cais de Caminha. Daí para a frente e após terminar o sector da natação a prova foi evoluindo, o vento começou a fazer-se sentir tornando-se cada vez mais forte e a temperatura a subir um pouco.

Mais uma vez saliento o excelente companheirismo entre colegas (muitos de nós já somos mais do que simples colegas), que proporcionou um fim de semana de muita animação e desporto.

A organização esteve à altura (como tem sido hábito) e lembrou-se particularmente de mim, no final...

Abraço e um agradecimento especial ao Clube.

Nuno Nobre

Foi desta... abaixo das 5 horas, ou seja, um tempo de 4:39:33, #78.º da Geral e #12.º do Escalão com uma natação em 00:33:35, uma bike em 02:29:49 e uma corrida em 01:32:40.

Saltei do barco com o objetivo de fazer a corrida em 1:30:00, a bike com média de 35/36 e a natação tudo o que fosse abaixo dos 40´ era ganho (pois este é o meu melhor tempo no Half Iron de Cascais).

Podem dizer que tínhamos corrente a favor e de facto tínhamos embora fosse ideia geral que este ano a corrente não estava assim tanto a nosso favor, por norma conseguíamos retirar 10´ ao nosso melhor tempo e a mim bateu certo pelo que somado esses 10´ ao meu tempo total ainda assim estaria bem abaixo das 5 horas.

Mas mais do que o tempo final foi a consistência em cada um dos segmentos, na natação talvez pela adrenalina de ser a 1.ª vez numa saída de barco, estava mais interessado em absorver tudo o que se passava à minha volta do que me focar no início da prova e isso fez com que dentro de água demorasse algum tempo a encontrar o ritmo e a descontração necessária para uma boa natação.

Na bike com 3 voltas ao percurso sendo a 1.ª vez em Caminha e sem reconhecimento do percurso no dia anterior, comecei solto mas com um pé atrás para ver onde podia apertar andamento e onde podia recuperar forças. Na 2.ª e 3.ª volta já foi a dar tudo com o objetivo de no fim fazer este segmento abaixo das 2:30, objetivo concluído com sucesso e uma média a rondar os 36 km/h. Foi bom fazer este triatlo pois no Full Ironman de Vitoria-Gasteiz o percurso será muito semelhante.

Na corrida fiz em 1:32 onde entrei bem fisicamente a marcar "pace" entre os 4.20 e os 4:25; era uma corrida maioritariamente plana fazendo sensivelmente 4 km dentro de uma mata com alguma subida e piso irregular. Até ao km 14 foi sempre dentro do planeado, apenas quebrando um pouco no km 17,18,19 mas com o aproximar do fim a minha estratégia para ganhar forças era sempre que visse alguém ao longe independentemente de este estar na 1.ª ou na 2.ª Volta era para alcançar e superar; com isto ainda passei 3 atletas e fez-me chegar lado a lado com outro à meta não o passando por 1´´. Foi uma estratégia motivacional onde mais do que passar atletas permitiu que ficasse abaixo das 4:40:00.

Relativamente ao Triatlo de Caminha, prova bem organizada e com a mítica saída do barco. Foi uma grande experiência poder competir lado a lado com a fina flor do Triatlo Nacional, mas mais do que isso conviver e estar imbuído de todo o espírito que envolve uma prova de triatlo onde conhecemos atletas e podemos partilhar das várias experiências e vivências de cada um. Foi também bom rever os atletas do nosso Clube, muitos parabéns a eles pelas suas prestações e obrigado pelo incentivo que me foram dando ao longo da prova.

Esta foi a penúltima prova antes do meu objetivo final, o Full Ironman de Espanha. Caminha correu bem mas em Espanha é tudo a dobrar, haja pernas e pulmões.

Publicado em 15/07/2019