Desporto

Triatlo de Oeiras 2020

Clube Millennium bcp presente no Campeonato Nacional de Grupos de Idade com 5 triatletas

Texto por Nuno Mendes

Primeira participação num triatlo não se converteu no primeiro concluído, pelo que ainda não me posso considerar triatleta.

O dia 18 de outubro de 2020 assinalava a minha primeira tentativa em finalizar um triatlo. 750m de natação, 19.4 km de bike e 5 km a correr parecia um bom desafio para me iniciar nestas andanças.

Apesar do início do Triatlo de Oeiras estar apenas agendado para as 12h30, o dia começou relativamente cedo, pois face aos condicionalismos que a pandemia impõe, o Clube estava escalado para fazer a colocação do equipamento no parque de transição pelas 10h. Seguia-se um período de espera considerável, durante o qual foi possível acompanhar as Elites (primeiro a masculina, depois a feminina).

O relógio aproximava-se das 12h30 e estava na altura de entrar na água para a fase de aquecimento/adaptação - começava a crescer a ansiedade, apesar do único objetivo do dia ser finalizar.

A partida (em "rolling start") para o segmento da natação inicia-se 15 minutos após a hora prevista. No entretanto muito se conjeturou sobre a melhor abordagem à primeira boia. Com a minha fraca capacidade de ler o mar e atendendo a que fui dos primeiros a partir (4.ª ou 5.ª vaga), entro na água junto ao molhe da marina pois achava que uma abordagem mais ao largo da primeira boia me poderia defender da normal aglomeração de atletas junto às boias. A verdade é que já a primeira boia foi um desafio difícil e nem consigo explicar a trajetória tomada.

Contornada a primeira boia, visualiza-se a segunda e retoma-se a luta contra o mar. Passado algum tempo sou abordado por um membro da organização que me alerta que o mar está a "levar a melhor" e que devo desviar para terra, pois não conseguiria chegar à segunda boia. Assim, volto a canalizar as forças agora para alcançar o areal (pelo meio e numa das abordagens para respirar, perco a lente de contacto do meu olho esquerdo). Alcanço o areal 38 minutos após ter entrado na água - pensar que quando olhei para o regulamento e vi 40 minutos de "cut off", achei é mais do que tempo suficiente para fazer o segmento.

O cansaço era evidente e isso ainda ficou mais patente depois de sair da água. Dirigi-me para a zona de transição calmamente ponderando se continuaria a prova ou dava por terminado o meu primeiro triatlo. Verdade é que o facto de me aperceber que o primeiro classificado estava a terminar o segmento de bike associado ao cansaço acumulado, fez-me optar pela desistência (aqui fica evidente a necessidade de trabalhar também a vertente mental do triatlo que por vezes é negligenciada).

Obviamente que ficou um "amargo de boca", não só pela água salgada que engoli, mas principalmente porque apesar do treino não ser "top", dava claramente para ter feito melhor.

Tal como quando acabei a minha primeira maratona, saí de lá com duas certezas: i) que poderia (ou melhor, deveria) estar melhor preparado; e ii) com a certeza que voltaria a aceitar novo desafio. O próximo triatlo só pode correr melhor.

Por último gostaria de agradecer aos outros atletas do Clube que me ajudaram não só na preparação (dicas / esclarecimento das dúvidas naturais de um "rookie") como no apoio antes e após a prova. Venha a próxima prova!

Texto por João Silva

Numa organização da Federação de Triatlo de Portugal e da Câmara Municipal de Oeiras, realizou-se no passado dia 18 de outubro, a 33.ª edição do Triatlo de Oeiras - Campeonato Nacional de Grupos de Idade - Triatlo Sprint.

O evento, com parque de transição montado, como habitualmente, na Praia da Torre, teve este ano uma participação de 300 triatletas divididos pelas diferentes categorias.

O Triatlo de Oeiras é para além de um grande evento desportivo, uma grande festa do triatlo onde a amizade e a boa disposição estão presentes entre todos os participantes. O percurso de natação, na distância de 750 metros, desenrola-se no mar em frente à Praia da Torre; o de ciclismo, na distância de 20 km, desenrola-se na marginal até Algés (ida e volta); e o de corrida, na distância de 5 km, também aproveitando a avenida marginal para a sua realização, com ida e volta a Paço de Arcos.

O São Pedro ajudou à festa, oferecendo aos triatletas um dia com sol e temperaturas amenas. A da água rondou os 17ºc e a do ar os 20ºc.

Em ano de pandemia foram aplicadas todas as regras de segurança emanadas pela DGS: triatletas sempre com máscara (exceto durante a prova), leitura de temperatura, distanciamento no parque de transição e partidas feitas em sistema "Rolling Start" em que partem apenas 10 atletas de 20 em 20 segundos.

O atraso da partida da prova, em 15 minutos, veio condicionar toda a restante prova... este tempo de espera veio fazer com que os atletas quando partiram encontrassem o mar com condições adversas.

O nado até à primeira boia foi calmo mas o trajeto para alcançar a 2.ª boia revelou-se impossível de acontecer tal era a força da maré já a encher... Alguns conseguiram fazê-lo com muito custo mas a grande maioria não iria conseguir.

Elementos da Federação que se encontravam numa embarcação deram indicação para todos se dirigirem para terra sem tentar ir à 2.ª boia levando a que os resultados do segmento água estivessem todos adulterados. Este facto levou, no final, a Federação a anular os títulos de campeões nacionais, pois a verdade desportiva não tinha sido respeitada.

A Equipa de Triatlo do Clube Millennium bcp esteve presente com 5 elementos que participaram na prova principal: o Campeonato Nacional de Grupos de Idade Triatlo Sprint. Foram eles: João Silva, Pedro Fernandes, Nuno Nobre e Nuno Mendes, que se estreou nestas andanças.

Todos deram o seu melhor, mas as marcas pessoais não conseguiram ser melhoradas dadas as adversidades que todos os participantes encontraram no 1.º segmento.

Pedro Fernandes obteve a melhor posição na classificação geral (60.ª posição), com o tempo de 1h13m52s.

Eis os resultados completos:

. Pedro Fernandes - 60.º lugar da geral | 13.º lugar do escalão 40-44 anos;
Tempo final: 1h13m52s (Natação - 20m47s; Ciclismo - 28m39s; Corrida - 20m30s);

. Nuno Nobre - 200.º lugar da geral | 44.º lugar do escalão 45-49 anos;
Tempo final: 1h24m21s (Natação - 29m40s; Ciclismo - 30m51s; Corrida - 20m10s);

. João Silva - 256.º lugar da geral | 26.º lugar do escalão 55-59 anos;
Tempo final: 1h32m31s (Natação - 20m48s; Ciclismo - 41m02s; Corrida - 25m39s);

. António Seixas - 274.º lugar da geral | 30.º lugar do escalão 55-59 anos;
Tempo final: 1h40m55s (Natação - 23m05s; Ciclismo - 44m12s; Corrida - 28m07s);

. Nuno Mendes - Não completou a prova.

Aceda aqui ao relato de Pedro Fernandes.

Estão de parabéns os nossos triatletas!

Publicado em 07/12/2020