Desporto

Triatlo do Estoril

Relatos dos associados Rui Magalhães e Paulo Silva

O meu primeiro Triatlo (Super Sprint) - Rui Magalhães

Há já algum tempo que fazia parte dos meus objetivos a realização de uma prova de Triatlo. A oportunidade surgiu entre uma conversa de amigos e a decisão foi imediata. A prova de Super Sprint seria a distância ideal para a minha primeira experiência no Triatlo (300 metros de natação + 8 Km de bicicleta + 2,5 Km de corrida).

Sempre gostei da azáfama que antecede a preparação de um qualquer evento/atividade. O “bichinho” para que não nos esqueçamos de nada é brilhante e, nesta prova, há todo um conjunto de material e regras a cumprir antes e durante a prova que não nos podemos de esquecer, sob pena de sermos penalizados ou, num pior cenário, não podermos mesmo participar ou sermos desclassificados. Portanto, as últimas 24 horas antes da prova foram em parte dedicadas à preparação e a juntar todo o material e a certificar-me de que nada era esquecido ou que ficaria para trás no momento de partir para o local da prova.

Dia da prova. Validar que não falta nada e arrancar com a família para o Estoril. Chegado ao local da prova, a preocupação imediata foi tratar de reconhecer o espaço da organização e proceder ao levantamento do chip, dorsal e touca. Sem problemas a registar. Estava tudo em ordem e pronto a ser utilizado. Por esta altura, estavam a chegar os primeiros atletas à zona de transição vindos do percurso de natação (prova Campeonato Nacional de Clubes). Era altura de desfrutar de todo o espetáculo proporcionado por esta prova e tentar conseguir ver chegar/passar os atletas do nosso Clube. Avisto o Eduardo Ferreira, parecia-me em excelente forma, como sempre, e são para ele que solto os meus primeiros incentivos de continuação de boa prova. Entretanto, vão chegando alguns dos nossos atletas que vão fazer a prova Super Sprint (Rui Ramalho e a sua filha Sofia e o Francisco Valente) e aproveitamos para tirar umas fotografias de grupo, bem como aos nossos atletas que estavam em prova para registo do evento.

Por volta das 11 horas, avançamos para a zona de transição para darmos início ao processo de verificação de todo o material e registo do chip. Está tudo operacional com os pertences dos nossos atletas. Escolhemos o nosso local na zona de transição, começamos a equiparmo-nos para a prova de natação e a preparar o material para realizar uma rápida transição aquando do segmento de ciclismo. Últimas ajudas, conselhos e estratégias entre todos e lá partimos para a praia do Tamariz. Já na praia, damos início a algumas corridas de aquecimento e a uns mergulhos para adaptação à água (temperatura amena, considerado que temos fatos térmicos). Não tarda nada, estamos na linha de partida para iniciarmos a prova. Com a chegada do início da prova, o nervoso aumenta, apesar de serem “só” 300 metros, este seria o segmento mais difícil, principalmente pela falta de treinos e por ser natação... Primeira contrariedade, nos ajustes finais dos óculos, parte-se a fivela. Nada de preocupante. Habituado a outras competições, não seria este pequeno contratempo que iria abalar a confiança e a vontade em participar. Estamos prontos para o embate. O segmento de natação seria feito sem óculos.

Todos alinhados atrás da fita de partida. Aproveito para desejar mais uns votos de boa prova a todos os nossos atletas. Soa a buzina da partida e lá vamos todos nós para a água. Neste momento, por muito que queiramos, é impossível evitar a confusão. A vontade é tanta que somos, literalmente, “apanhados” no turbilhão. Parece uma máquina de lavar. Levas com uma braçada de um lado, levas com um pontapé do outro. Ninguém leva a mal. É este o espírito. Contorno a 2.ª boia e, por falta de hábito nas lides da natação, o cansaço começa a apertar. Já vale tudo: “crawl”, bruços e costas (mas não sou o único, he!, he!). O importante é terminar.

Concluída a natação, é tempo agora de realizar a 1.ª transição. Quando chego ao local, já lá se encontravam os nossos atletas e prontos a partir. A transição foi algo demorada: calçar meias e ténis tem o que se lhe diga (algo a treinar e a melhorar em próximos eventos). O 1.º segmento já ficou para trás, estamos em pleno 2.º segmento, ciclismo. Aqui, a principal preocupação era uma eventual qualquer avaria mecânica. Felizmente, tal não veio a acontecer. Fiz-me à estrada sozinho tentando apanhar os nossos atletas mas os seus ritmos eram muito fortes. Fiz quase toda a prova sozinho. Pequenos grupos passavam por mim, tentava acompanhá-los mas, nem na roda deles conseguia ir.

A chegada à zona de transição para o segmento de corrida foi feita sem sobressaltos. Já na zona de transição, o difícil foi encontrar o cesto com os meus pertences. Felizmente, já tinha os ténis calçados para a corrida (a minha bicicleta não tem sapatos de encaixe) e não me preocupei muito (no final, apercebo-me que, com a adrenalina que os atletas chegam à zona de transição vindos do ciclismo, os cestos vão sendo “empurrados” de um lado para o outro e que para ajudar, no meu caso, o meu cesto tinha servido para alojar pertences de um outro atleta, motivo pelo qual não conseguia, visualmente, encontrar os meus pertences). Não vou perder tempo. É só pendurar a bicicleta num espaço vazio, tirar o capacete e deixá-lo no guiador, virar o frontal para a frente e continuar prova para o segmento final (corrida). Este segmento foi o que me correu melhor. Sem dúvida, onde me sentia mais à vontade. Foi feito de trás para a frente sempre a tentar passar o maior número possível de atletas.

Para próximas edições, a melhorar a natação e o ciclismo e, obviamente, as transições. Nada que, com maior experiência adquirida através da participação em mais eventos, não se consiga corrigir e melhorar.

Um destaque particular para o espírito de grupo e apoio entre os diversos membros do Clube, característica essa que se reforça evento após evento, e para a visibilidade do Clube espelhada no colorido do equipamento dos seus atletas, sobressaindo de todos os restantes. O meu agradecimento ao Rui Ramalho e Eduardo Ferreira por todo o seu apoio e ajuda durante o percurso. Eles sabiam que era a minha primeira prova de Triatlo e tudo fizeram para que a mesma me corresse com sucesso.

Não hesitem e atrevam-se a descobrir esta modalidade. Saiam da zona de conforto e arrisquem participar numa modalidade bastante atrativa e desafiante. Acreditem que vão gostar. Eu gostei bastante.

Já agora e aproveitando a oportunidade, uma palavra para todas as secções do nosso Clube para que continuem a apostar na realização de eventos desportivos e culturais, fatores importantes de entusiamo e elevado impacto na vida dos seus associados e reconhecimento do Clube Millennium bcp (não se esqueçam, acedam ao nosso site e consultem os “sítios” das outras secções).

Até à próxima. Vemo-nos em breve. Já agora, nunca desistam dos vossos objetivos, acreditem sempre nas vossas capacidades (“no limits”).


Campeonato Nacional de Clubes - Paulo Silva

Ora bem, excelente jantar na véspera, noite bem dormida, motivado, um dia solarengo sem vento, enfim as condições estão reunidas para fazer uma boa prova. Mas... e porque há sempre um mas..., após retirar a bike do carro, verifico que o travão está a bloquear a roda traseira. O travão "colou", e não havia maneira de desbloquear. Pensei... bem, queres ver que a prova já acabou por aqui. Em último caso faço só o segmento da natação. Calma, pode ser que alguém saiba resolver e lá fui andando para o ckeck-in. Pelo caminho, perguntei a outro atleta se podia ajudar. Boa vontade sem dúvida, mas percebia ainda menos do que eu. Ok, a coisa há-de resolver-se. Já nos jardins do casino, deparo-me com o stand da Zoot e pensei - estou safo. Tentaram ajudar-me de todas as formas, retiraram a roda, sujaram-se de óleo, o que me fez sentir mal pois estavam todos limpinhos e impecavelmente trajados. O problema estava identificado mas não tinham ferramentas para o resolver. Um dos colaboradores da Zoot foi ao carro buscar W40 e parecia daquelas cenas do futebol, um pouco de spray e está tudo bem. Tudo bem é como quem diz, conseguimos soltar as pastilhas de travão. Depois testamos travar e eis que bloqueava novamente. Mais spray e uma sugestão, vá a outro stand pois sem ferramentas não conseguimos resolver. Fiquei agradecido e na expectativa de que o problema se iria resolver lá fui andando em direção ao check-in. Antes de chegar a outro stand, já tinha alguém que não conheço a perguntar se era eu que estava com problemas e necessitava de ajuda. Confirmei, e rapidamente essa pessoa testou algumas chaves que tinha mas nenhuma era da medida que eu necessitava. Fiquei uma vez mais espantado pela disponibilidade e espírito de interajuda que reina no triatlo. Bem, mas a verdade é que ainda tinha o problema por resolver. Chego perto do check-in sem o problema resolvido e vejo o Feijão. Ufa, agora é que estou mesmo safo, se há alguém que pode ajudar é o Feijão. Ia cumprimentar o Feijão mas fui intercetado por um amigo. Por coincidência um daqueles amigos tipo MacGyver. Conheces de certeza, vais fazer um treino de bike e ele leva câmaras de ar, bomba, ferramentas, fruta, barras energéticas, etc. E não é que foi ele que resolveu o problema. Saca de um canivete tipo suíço xpto e voilá, resolvido.

Ok, dirijo-me rapidamente para o check-in mas já não me queriam deixar entrar pois já era suposto estar na praia. Expliquei o sucedido e lá me deixaram entrar. Visto o fato rapidamente e coloco creme à volta do pescoço (o ano passado não o fiz e fiquei em carne viva com o roçar do fato). Touca ok, o melhor é colocar os óculos à volta do pescoço (para não os perder ou caírem) e correr rapidamente para a partida. Com este stress e sprint tinha o aquecimento feito. Já na partida coloco os óculos, e bolas, os óculos estão cheios de creme. Tento limpar mas ainda ficou mais turvo. A partida é dada e agora é dar o melhor. Não via quase nada pelo que optei por ir junto à molhada. Os toques frequentes e o borbulhar da água iam indicando o caminho. Quando chegava a cada boia, tirava os óculos, via onde estava a próxima e siga. Sem stress, afinal estava a competir e uns minutos antes nem tinha a certeza se ia participar.

O segmento de ciclismo e corrida correram bem e com o incentivo de família e amigos diria que até foram fáceis. No final fiquei satisfeito pois melhorei o meu tempo e não cheguei exausto como em 2013.

Antes de terminar, um elogio à organização que foi muito feliz ao alterar os trajetos não só de corrida, mas especialmente de ciclismo.

Parabéns a todos os nossos atletas que representaram as cores do nosso Clube e pelos seus resultados alcançados. Em termos de resultados globais, são os seguintes:

- Campeonato Nacional de Clubes:

. Paulo Silva (Escalão VET1) - 02:39:30;
. Eduardo Ferreira (Escalão SEN) - 02:43:55;
. Miguel Cruz (Escalão VET2) - 02:50:37.

- Prova Aberta:

. Rui Ramalho (Escalão VET2) - 00:47:40;
. Sofia Ramalho (Escalão JUN) - 00:47:40;
. Rui Magalhães (Escalão VET2) - 00:49:45;
. Rita Vaz (Escalão CAD) - 00:51:15;
. Francisco Valente (Escalão VET5) - 00:55:27.

Publicado em 20/05/2014