Desporto

Duatlo do Jamor "Taça de Portugal PORTerra"

Relatos da "Família Nascimento" e Hélder Baptista

Realizou-se no passado dia 24 de janeiro a primeira prova da época 2015 de triatlo, sendo como habitual a abertura da época reservada ao Duatlo do Jamor. Uma vez mais o nosso Clube esteve presente nas diversas provas que constaram desta edição (Jovem, Aberta e Taça de Portugal).

Para além do relato na 1.ª pessoa dos nossos atletas (ver abaixo), apresentamos o resumo da prova retirado do site da FTP:

"O Clube Triatlo Fundão venceu a primeira etapa da Taça de Portugal PORTerra, no setor masculino, depois de um interessante despique com o Garmin Olímpico de Oeiras, campeão em título e segundo classificado por equipas no Duatlo do Jamor, que se realizou no sábado, dia 24 de janeiro, no Estádio Nacional, com partida na Praça da Maratona e chegada no interior do Estádio de Honra. Consulte os resultados por equipas masculinos e femininos.

Hugo Alves (2.º), Sérgio Santos (7.º) e Miguel Salvado (12.º) contabilizaram para a equipa do Fundão, enquanto que pelo Garmin os melhores três tempos foram para Nuno André (5.º), Rui Narigueta (9.º) e Ricardo Gouveia (10.º).

Uma especial referência para a SFRAA Triatlo - Sociedade Filarmónica de Apoio Social e Recreio Artístico da Amadora, equipa que se estreia esta época na modalidade e que logo na sua primeira prova arrecadou um terceiro lugar coletivo, graças às prestações de Cláudio Paulinho (4.º), irmão do ciclista Sérgio Paulinho, Elísio Roque (17.º) e Nuno Preciado (21.º).

Nas senhoras, Garmin Olímpico de Oeiras, AMICICLO Grândola e ETri. Santo António Évora compuseram o pódio, respetivamente, no 1.º, 2.º e 3.º lugares. O Clube Triatlo de Abrantes foi a 4.ª e última equipa classificada coletivamente”.


Relato da "Família Nascimento":

O desporto nacional foi mais uma vez brindado com uma das mais carismáticas provas de duatlo que abrem a época desportiva de triatlo de 2015: o IX Duatlo do Jamor, que se realizou a 24 de janeiro, constituído por três importantes provas, a Taça de Portugal por Terra, o Circuito Regional Jovem de Clubes e a Prova Aberta.

O Clube Millennium bcp esteve representado na prova jovem, por uma estreia neste tipo de competições, por parte da atleta Inês Maria Nascimento, que na classe de Iniciados percorreu as distâncias de 1.000 metros na corrida inicial, 3.700 metros na parte de ciclismo por terra e novamente 450 metros na última corrida.

Apesar de ser a primeira prova da nossa atleta, na qual se notava bastante nervosismo, a corrida a pé e o ciclismo decorreram sempre com grande entrega de esforço e empenho, penalizados apenas por um problema no parque de transição, no qual a atleta perdeu bastante tempo, visto a sua bicicleta ter sido derrubada por outra equipa, o que dificultou a localização visual da mesma, terminando no 23.º lugar do seu escalão.

O entusiasmo por parte de quem assistia era notório, face à qualidade dos atletas presentes, que cada vez mais apresentam apurada técnica desportiva e desempenho físico, quer pela dificuldade e espetacularidade do circuito escolhido pela Federação Portuguesa de Triatlo, que de todo merece ser felicitado pelo seu trabalho com as camadas jovens, comprovada pelo aparecimento de novas escolas de triatlo, numa fase económica tão conturbada que tem tido efeito contrário sobre outras modalidades.

No que respeita à prova rainha, do escalão de competição, a Taça de Portugal por Terra, o Clube esteve representado pelo atleta Ulisses Nascimento, que apesar de estar com uma ligeira lesão desde dezembro, provocada pelos treinos de corrida em asfalto, fez questão de estar presente.

Contrariamente ao ano anterior, o mau tempo e a chuva não estiveram presentes, o que possibilitou um desempenho muito mais assertivo por parte dos atletas e ritmos mais elevados, de todo notórios na vertente de Ciclismo por Terra. O técnico percurso de ciclismo, com um circuito de 14.500 metros, decorreu na mata do Estado Nacional e Mata de Linda-a-Velha, com interessantes "single tracks" e zonas muito técnicas, que foram aproveitados em grande vantagem pelo nosso atleta que também representa a secção de ciclismo nas provas de Cross Country.

A escolha de uma roda 26 para fazer o circuito, penalizou apenas nas descidas rápidas e nas longas retas do circuito de Corta Mato e do campo de golfe, nas quais as máquinas de roda 29 mostravam supremacia, oferecendo aos seus atletas mais velocidade, com menor necessidade de esforço. Nas duas corridas, com percurso misto de asfalto, terra e empedrado, com distâncias de 5.000 metros na primeira e 2.500 metros na segunda, a entrega do Ulisses foi plena, o que possibilitou um esforçado 20.º lugar na sua concorrida categoria.

Uma palavra de agradecimento à Federação de Triatlo de Portugal, pela cuidada prova que proporcionou aos atletas, onde nada foi descurado em termos de apoio e segurança.


Relato do Hélder Baptista:

Em primeiro lugar, salientar a exigência de rigor que muito me fascina e que existe no triatlo/duatlo e ao qual não estava habituado quer no trail, quer no atletismo, quer no DH (bike). Há hora para colocar material no PT, há horas para retirar o material, há que colocar o dorsal para a frente, há que colocar o dorsal para trás, não posso entrar montado na bike, enfim...

Começando pelo princípio, dia 25 de janeiro pelas 8 horas, num dia radioso de sol, embora com algum frio, lá estava eu no Jamor, sozinho, para mais uma pequena aventura. Minutos depois chega o Manuel Rodrigues, "ufa", já não estou sozinho... já tenho a quem colocar as minhas dúvidas.

Após material colocado no PT (as vezes que olho para o cesto, está tudo certo? Deixo isto e levo aquilo? É que fechado o PT, não há lugar para hesitações), dá para descontrair do nervosismo e aquecer um pouco.

09h30 - Partida para a secção de corrida. Somos poucos, cerca de 50, principalmente jovens, "estou tramado", penso eu, na classificação final depois de mim só deve haver o "homem do martelo".

2 km a correr por terreno empedrado e irregular e estou a dar entrada no PT. Aqui surge a minha maior "dor de cabeça", a transição, sou lento, muito lento, quando lá entro estão cerca de 5 atletas enquanto tento atabalhoadamente calçar os sapatos de encaixe. Passam por mim mais de 10 atletas.

Saída de bike (atenção, não posso ir montado, só depois da linha); 10 km sem qualquer problema ou grau de exigência. Estamos numa prova aberta! Dou por mim a atravessar a tribuna de honra do EN, entro na passadeira em "cavalinho", vou contente, muito contente, e num abrir e fechar de olhos estou novamente no PT.

Volto a ser "caracol", calço os ténis de corrida e parto para o último quilómetro de corrida, parece que estou a correr num convés de navio em dia de mar agitado, quando respiro novamente estou a dar a volta ao EN, local mítico do futebol nacional. Ainda tive tempo de imaginar aquele lugar lotado de gente, e cruzo a meta com um enorme sorriso!

Tenho quem me pergunte: prova aberta? Isso é para meninos, por tão pouca distância nem vale a pena sair de casa, mas os degraus têm de ser subidos um a um, e só assim (a brincar) poderei ambicionar um dia a fazer provas maiores, mas sempre, sempre com um sorriso na cara!

Publicado em 06/02/2015