Desporto

6.ª Meia-Maratona D´Ouro Run Gondomar

Texto da autoria do Associado Rui Felgueiras

Era mais um dia (9 de junho) daqueles em que eu vou para a corrida com um arrastar de sono, com um culminar de poucos treinos, com aquela vontade de levar uma trotinete elétrica para me ajudar a percorrer os 21 km. Tinha feito a Meia Maratona do Douro Vinhateiro e 2 treinos daí até esta prova.

Saltei da cama com dificuldade, aqueci em quase desespero, fui para a prova que já não fazia há tantos anos, que na altura ainda era de 15 km, com uma vontade de quiçá correr mesmo devagar. Muita gente no arranque, era uma prova com duas distâncias, 10 e 21 km, e depois ainda se juntava o pessoal da caminhada.

Quando regressávamos do aquecimento faltavam 15 minutos, encontramos uma portinha que nos deixou a arrancar quase na frente, e quando o tiro de partida foi dado, aquelas forças iniciais levam-me a percorrer os km com o espírito de "ui", que afinal estou mesmo bom!

Na verdade não, o trajeto era num sobe e desce, num serpentear do rio Douro, e ao ritmo de 4:30, o meu corpo permitia-me ir disperso pela paisagem, pelos barcos que passavam, pelo som das motas que percorriam os montes, pelas famílias que se juntavam perto do rio enquanto alguém pescava... tudo isto foi bom, mas com os km a visão começou a afunilar, os sons quase desapareceram. Passo aos 5 km com vontade de retornar com o pessoal dos 10 km, mantenho o ritmo até aos 13 e depois fiz os restantes 7 e uns trocos de dentes cerrados, a doer o pé direito, o tendão também. Depois, na compensação disto, começo aos 17 a ter princípios de câimbras na perna esquerda e os meus ritmos foram caindo, e a minha cabeça a lutar contra o que me pedia o corpo - e se caminhasses Rui?

Nesta altura não via o rio, não ouvia pássaros, via as pessoas a passar por mim a cada passada, controlava a dor com a vontade de terminar o mais breve possível e a adivinhar o quanto me iria custar descer escadas nos dias seguintes... meta à vista, consegui mesmo desacelerar e rir-me de mim próprio pois estava mais uma meia feita. Prova difícil pelas subidas, pela falta de treinos, eventualmente pela falta de companhia e motivação que me assolou nestas semanas; resta o espírito de superação e a força.

No que a mim se refere, 194.º da geral, 190.º dos masculinos, ainda deixei fugir 4 mulheres à minha frente, e 44.º do meu escalão, sim, dos mais ou menos velhotes, Vet. 45. De referir a participação nesta prova de vários elementos do Clube que vieram do sul e com os quais conseguimos falar um pouco antes e depois... fica a classificação da nossa "trupe".

Nos 10 km tivemos 4 corredores e foram estas as classificações.

Parabéns a todos os que se superam em cada prova, em cada treino.

Um abraço muito especial ao meu compadre Álvaro Pinto pela amizade, sorriso e boa disposição com que me premeia sempre.

Aceda aqui a mais algumas fotos deste evento.

Publicado em 12/06/2019