Desporto

13.º Raid Saloios BTT

Clube Millennium bcp, com 22 participantes, ganhou o prémio de equipa mais numerosa em Torres Vedras

O Clube Millennium bcp, com 22 atletas, ganhou o prémio de equipa mais numerosa neste evento que reuniu cerca de 800 praticantes de BTT que foram à descoberta dos trilhos saloios da zona Oeste e que não saíram desiludidos.

Os nossos Associados tiveram muito boas prestações, com destaque para o Joaquim Raimundo Martins no "top 10" da sua classe e para o Carlos Batista no 4.º lugar das e-bikes, tendo os nossos restantes atletas tido igualmente muito boas participações.

Relato de Carlos Batista (Meia Maratona E-bike)

Domingo, dia 10 de abril, foi o dia de voltar às provas de BTT e aos trilhos e foi igualmente o dia que serviu sobretudo para estrear a minha "Giant-E" e estrear-me no "maravilhoso mundo das e-bikes" numa prova e tentar perceber o que era capaz de fazer com aquele autêntico "tanque de duas rodas", e não fiquei nada desiludido!

A diferença faz-se toda naquelas subidas "malucas" que havia na prova e que fui galgando sem "medos" e menor esforço, sobretudo sem chegar aos limites da minha "máquina", e isso fez toda a diferença no final, pois cheguei bastante mais cedo e sobretudo mais "fresco". Mas desengane-se quem acha que ter uma e-bike é ter vida fácil, pois continuamos a ser obrigados a ter que "dar ao pedal", e no meu caso até foi bastante, não só porque queria ver o que ela podia fazer como me entusiasmei. E como aquele "bicho" que pesa cerca de 24 kg não anda sozinho, no final senti bem nas pernas o quanto tinha pedalado e puxado por ela. A grande diferença é que não fiquei completamente exausto como teria ficado se tivesse levado a minha anterior bike, sobretudo tendo em conta a minha atual forma física!

E depois confesso que me deu um grande "prazer" andar a pedalar com os concorrentes da frente do pelotão, os que lutam pelo melhores lugares e pelo pódio. Muitos deles são umas autênticas máquinas a pedalar e sobretudo bastante destemidos nas descidas, algo que eu fui gerindo com alguma precaução pois não me queria esbardalhar e estragar a "pintura" e os "cromados". E no final confesso que chegar logo à frente do grande atleta e figura incontornável do ciclismo nacional, Marco Chagas, foi a cereja no topo do bolo e muito bom para o "ego".

No final acabei por perder o pódio das e-bikes por uns meros 4 minutos para o 2.º lugar e fiquei apenas a 1 minuto do 3.º lugar! Se soubesse que iria haver pódio para as e-bikes não tinha parado cerca de 10 minutos no abastecimento para comer a "bela da bifana" e assim ainda tinha conseguido chegar ao 2.º lugar, mas não parar naquele abastecimento teria sido um crime e uma autêntica desconsideração para com a organização do evento que proporcionou um excelente abastecimento!

De resto, diverti-me imenso, o percurso não era nada fácil, a organização classificou o percurso de médio/baixo, mas acredito que tenha sido só para não assustar os participantes. Nem quero imaginar como terá sido o percurso da maratona!

Foi uma boa experiência para voltar a repetir para o ano, mas para a próxima levo a bifana e vou comendo pelo caminho!

Relato de Pedro Matias (Meia Maratona)

Até começou de forma tranquila, com alcatrão e a descer... depois entrámos nos trilhos.

O Passinhas diz - "O Batista já vai lá para a frente, nunca mais o vemos". A seguir aparece o Bruno e o João. Sigo com eles. Depois... sobe, sobe, sobe e desce, desce, desce... sobe, alguém parou e desmontou. Para tudo. Terreno rochoso. Tudo à mão. "Single-track" e desce, sobe, desce, sobe e sobe...

À minha frente, a moça do jersey dos Cafés Nicola diz: "Descida perigosa? Era só o que me faltava!". Hesito. O Bruno passa. Sigo atrás dele, tentando seguir o mesmo caminho. Não consigo. Sigo outra rota. Escorrego - "Estás aqui, estás no chão!". Penso em rezar. Entretanto a parte mais difícil tinha sido ultrapassada. Cheguei ao fim da descida inteiro e com a roupa limpa.

Um bocado plano (raro). Ouve-se música. Um cartaz de uma miúda em bikini assinalava a travessia do riacho! Chegávamos ao abastecimento. Bifana, amendoins, arroz doce, bolo de chocolate e água (ainda me penitencio não ter aceitado aquela cerveja!).

Arrancar e... sobe, sobe, sobe e sobe (vocês sabem como foi!). "Single-track" a descer. Ciclista azarado deitado na maca, colete cervical e manta térmica. "Tem cuidado, pá!". Sobe, sobe e sobe. Desce, desce (porque é que escrevo só duas vezes "desce"? Porque era muito mais rápido descer que subir. E mesmo assim, a proporção seria 7xsobe vs 2xdesce). E este sobe e desce vai-se repetindo!

Mais um "single-track" perto do final (Anaconda?). Mais um ciclista tombado! Alguém já estava ao telemóvel a chamar a assistência. Este "single-track", mais longo que os anteriores, deu um grande "gozo". Segue-se uma zona de sobe e desce menos acentuada. Já se via a povoação. "Está quase". Faltava o "quase"!

O "quase" passou e entrámos na cooperativa. Podemos descansar. Afinal não! O João Vaz, que fingiu cansaço durante a prova, "saca" um sprint final até à meta!

O Batista está a tirar fotografias, já de banho tomado e roupa trocada - parece que a e-bike tem outra vantagem escondida: dá para ligar o secador de cabelo!

Dia 24 há mais. Almourol à vista!

Relato de Mário Andrade (Meia Maratona)

Em primeiro lugar queria agradecer ao Clube Millennium bcp por proporcionar a ida a estas provas e o facto disso foi a equipa ter recebido o prémio de equipa com mais inscritos!

Falando propriamente da prova, teve uma excelente organização, tudo bem sinalizado e de fácil leitura do terreno, onde as placas ajudaram a antecipar possíveis problemas. A altimetria do terreno é que não ajudou, quer no início, onde os músculos iam frios, quer depois da paragem técnica obrigatória aos 20 km. Mesmo os "singles tracks" eram acessíveis, bem para quase todos; um dos participantes acabou por abraçar uma árvore.

Das provas que já fiz, esta foi a mais difícil e onde vi mais pessoas a terem dores musculares e cãibras. Até as máquinas cederam com correntes partidas e até um "colega" do Batista, aos 30 e poucos km, ficou sem bateria e fez o resto a empurrar a bicicleta!

Um ponto menos bom, mas apenas por culpa minha, foi ter feito a prova toda sozinho. Algumas vezes, sobretudo quando chegava a zonas de estrada de alcatrão, pensei desistir, mas a vontade de terminar superou. E no final foi uma sensação de felicidade por ter mais uma vez superado mais um obstáculo e pensar já no próximo desafio.

Para terminar, o repasto com uma sandes de Cozido à Portuguesa (já em Torres Vedras e na companhia de alguns colegas do Clube), veio repor tudo o que se tinha gasto na prova.

Relato de Hélder Baptista (Meia Maratona)

Para começar pretendo já reservar lugar neste evento para o próximo ano!

Eu e o Pedro Neves encarámos este passeio como mais um treino para as "nossas" provas que se avizinham, e foi com esse espírito e ritmo que abordámos cada subida; já nas descidas "dávamos-lhe" um bocadinho mais!

Evento "Top", perto de Lisboa, com todas as condições na Adega Cooperativa da Ventosa, um abastecimento do melhor que tenho assistido e com um percurso muito bem desenhado (as subidas apesar de técnicas não eram muito extensas e as descidas eram suficientemente divertidas).

No final, a cereja no topo do bolo, qual t-shirt alusiva à prova!? Nunca mais vou olhar com bons olhos para as camisolas que me derem a dizer "finisher"! A garrafa de vinho já foi aberta e permitiu-me prolongar o prazer da prova! Excelente ideia.

Uma nota para as nossas "montadas", que apesar de acusarem os anos e de serem completamente diferentes uma da outra, permitiram cumprir todo o percurso. Deveria servir de exemplo a quem utiliza o argumento do "material fraco" para não participar nestes eventos, que são perfeitamente fazíveis e imperdíveis.

Agradeço aos restantes atletas do Clube Millennium bcp a forma como nos receberam, tanto mais que não somos “habitués” nestas andanças. Ficou a vontade de repetir mais eventos.

Relato de Sérgio Moura (Meia Maratona)

Passeio muito bem organizado e com um belo repasto a meio da prova. Dia excelente para a prática de BTT (nem calor nem frio) e terreno impecável (macio e sem lama).

Obrigado a todos, nomeadamente aos Associados do Clube pela companhia e por mais um domingo bem passado.

Almourol já está à vista!

Relato de Miguel Talhão (Maratona)

Foi uma maratona porreira. Felicito o Carlos Batista por ter incluído esta prova nos eventos do Clube, é uma boa opção haver novos eventos no calendário todos os anos.

Gosto de ver a malta nas elétricas, que é sem dúvida uma boa forma de usufruírem de um percurso destes sem terem tanto sofrimento; talvez venha a ser também um dia a minha opção.

Quanto à prova teve brindes "top", o percurso estava muito "fixe", mas felizmente que não choveu durante a prova, pois teria sido terrível. Infelizmente e ao fim de 1h30 de percurso deu-me um "amoque", talvez fruto de nos últimos meses não andar a fazer voltas acima de 2 horas! Mas felizmente lá consegui gerir a situação e acredito que o arroz doce do abastecimento tenha contribuído para o milagre!

Venha Almourol!

Relato de Aires Pereira (Maratona E-bike)

Decidi fazer a maratona porque já várias vezes fiz mais de 70 km de bicicleta elétrica e nunca cheguei ao fim do passeio com menos de 45% de bateria.

Sempre gostei dos passeios grandes e gosto de conhecer novos trilhos. Mas aqui a palavra passeio tem um significado muito mais real. De facto, os "Saloios" foram tudo menos passeio!

Até que se começou benzito, "eles" passavam-me em reta (eu não ia depressa), mas nas subidas a eléctrica mostrava o ar da sua graça passando "n" pessoal.

Isto ia andando muito bem (com exceção da primeira subida técnica!) até chegarmos ao abastecimento dos 20 km onde nos avisaram (ao pessoal da maratona) que a partir daí era a "doer". E porquê a doer, pensei eu? A resposta veio em forma de acumulado!

A minha sensação, quando cheguei ao fim da prova, foi que tinha andado sempre a subir... isto porque nem nas descidas conseguíamos descansar derivado a serem também elas muito técnicas. Ou seja, a variável mais importante nesta equação que eu não tive em conta quando me inscrevi foi o acumulado, porque, pela experiência da prova, a subir, por mais técnica que fosse, conseguia fazer, no máximo no segundo nível de ajuda da bike, mas as descidas eram terríveis.

O problema do acumulado foi que a partir de metade da prova não tive alternativa senão começar a "racionar" a bateria e comecei a fazer as subidas (e que subidas!) só no nível mais baixo de ajuda, o que me obrigou a puxar bem pelas pernas e pelos pulmões.

Imaginem o que é puxar por uma "bike" com 22 kg com uma singela ajuda de 40% (para quem percebe o que isto significa!). E mesmo assim julguei que a bateria não chegaria ao fim. Felizmente o racionamento foi de tal ordem que consegui chegar com 17% de bateria e assim completar o percurso em 5 horas.

Como resultado da minha inocência ou inexperiência em termos de competição com esta envergadura, logrei ficar com o último lugar das e-bikes na maratona (também eram só 7), e como diz o Carlos, não acredito que alguém consiga fazer o percurso que eu fiz em e-bike em metade do tempo... simplesmente não há bateria que consiga tal proeza, ou eu desconheço!

De qualquer maneira quero realçar que estamos sempre a aprender e que a minha bateria dá para fazer um passeio destes, mesmo que se sofra bem em algumas partes. Por outro lado, se não houvesse pressão por parte dos companheiros que iam à frente ou atrás (nas subidas ou descidas), é provável que não gastasse tanta bateria. Enfim, como disse, aprendi bastante em termos de gestão de esforço e bateria, portanto, dou-me por muito contente pela experiência.

Lá nos encontraremos em Almourol, onde darei por concluída a minha participação em provas deste calibre.

Relato de Ricardo Rogeiro (Maratona)

Participei na maratona, pois estava descansado porque achava que o Miguel Talhão esperava por mim, mas esta "malta" da Ocidental está sempre cheia de pressa!

Apesar de fazer desporto regularmente, comecei a andar de bicicleta há cerca de 1 ano e esta foi a minha primeira experiência com uma altimetria mais exigente.

Depois de uma queda (nada de especial) e um engano no percurso (tivemos que voltar para trás, com as "bikes" na mão, devido a descida íngreme, a pique), chegar ao fim, minimamente confortável, foi uma vitória.

Tive algumas cãibras a partir dos 45 km, o que me atrasou um pouco. Mas a verdadeira meta foi alcançada. Superação e diversão!

Aceda aqui às classificações dos nossos atletas.

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Publicado em 13/04/2022