Equipa do Clube marcou presença no 14.º Raid Saloios BTT

Eusébio Carvalho destacou-se em Torres Vedras ao subir ao 3.º lugar do pódio na categoria E-Bikes

Relato de Eusébio Carvalho

Foi no passado dia 2 de abril que os Saloios BTT nos presentearam com mais uma (a 14.ª) belíssima prova de BTT, num agradável sobe e desce entre caminhos nem sempre fáceis.

De início até estava frio, mas depressa a temperatura começou a subir com a ordem de partida e o aproximar das primeiras curvas. Saímos no fim do pelotão, havia muito trânsito e a velocidade era elevada, mas assim que chegámos à curva, pondo a descoberto a primeira subida, logo o aglomerado se começou a alargar.

Na frente, o ritmo continuava bem elevado e aqueles que transportavam "ajuda extra" e que podiam elevar mais o ritmo continuavam bloqueados pelas vias estreitas e pelos "convencionais" que procuravam a sua melhor rota - um pouco aqui e um pouco ali, lá se conseguia ultrapassar, um, outro e mais outro.

A máquina estava a portar-se bem, a velocidade era boa e as marcações estavam excelentes, o que permitia rodar bem depressa. Mesmo assim, aqueles que levavam óculos um pouco mais escuros conseguiam sair da rota.

Obstáculo após obstáculo - rio, lama e pedras - os troços iam ficando para trás e apareceram os primeiros "singles-tracks" verdadeiramente sinuosos e num emaranhado de pequenos eucaliptos que iam servindo de apoio e cargas de ombro para evitar falhar as curvas... "curvas" essas que também foram aparecendo em jeito de "outdoor". Não, não eram as mesmas curvas, e houve até ciclistas femininas a queixarem-se da desigualdade de tratamento e o porquê de não serem homens a passear os cães. Eu ouvi, mas não disse nada, porque os eucaliptos eram tantos, não fosse aparecer um cão a passear a dona e me fizessem tropeçar.

A prova lá continuou num ritmo que me era confortável, a minha energia estava boa e com mais de metade da prova deixada para trás ainda só tinha consumido pouco mais de 30% do meu pequeno-almoço, e quando cheguei ao abastecimento, o “engarrafamento” era só mesmo o das garrafas de água… foi uma paragem bastante rápida, provou-se uma fruta, "entornou-se" uma água e lá segui em frente.

Embora tudo em redor fosse natureza e espaços verdes, ideal para a prática do BTT, não estava a gostar de ir sozinho e resolvi apressar a pedalada para me juntar a outros participantes. Passados alguns minutos, lá encontrei outros solitários que seguiam a bom ritmo. Fui na roda, deixei-me ir com a companhia, mas comecei a perceber que eles esperavam alguém do seu grupo que tinha ficado para trás. Então, de novo solitário, segui em frente.

Os traços brancos e as setas desenhadas no chão iam-me fazendo companhia e para trás iam também ficando alguns companheiros. Os caminhos tornaram-se mais largos, mais rápidos e a temperatura subia. De repente, e surpreendentemente, estava a chegar à meta onde tive a agradável surpresa de me anunciarem que tinha ficado em 3.º lugar no escalão das E-Bikes!

Certo de que muito mais haveria para contar, mas há coisas que ficam apenas na memória visual e que só passando nos locais são sentidas por cada participante. Ficam algumas lembranças: a TV, a roda de bicicleta, os alertas de descidas perigosas, as excelentes marcações da prova... e isto para não falar do cão.

Valeu a experiência adquirida, a boa organização, o envolvimento do Clube Millenium bcp e a camaradagem ao longo da prova. Venham mais!

Relato de Carlos Batista

A prova dos Saloios BTT em Arneiros (Torres Vedras), na zona Oeste, é uma prova que no ano passado me tinha deixado com um sabor "agridoce", pois tinha sido a estreia com o meu "tanque". Tinha-me divertido imenso a pedalar com os "craques" da frente do pelotão e no final, não fosse uma paragem demasiado longa no abastecimento, acabei por terminar em 4.º lugar a apenas 4 minutos do 2.º lugar da categoria E-Bikes.

Portanto, este ano vinha com a "secreta" vontade de me "desforrar" e tentar o pódio, mas depressa percebi que a concorrência este ano seria maior, pois eram 47 E-Bikes para a meia-maratona de 35 km, com 950m de altimetria, sendo que no pelotão do Clube Millennium eram 4!

A box de partida das E-Bikes era a última e obrigou-nos a ter que ir "furando" por entre todos os concorrentes durante os primeiros quilómetros que foram um autêntico engarrafamento. Certo é que à medida que foram surgindo as primeiras subidas, as híbridas foram ganhando vantagem e ultrapassando paulatinamente os concorrentes - o segredo era conseguir escolher o melhor caminho para o fazer sem chatear muito os concorrentes das BTT convencionais.

Tentei ir acompanhando o Eusébio Carvalho, que estava a estrear a sua E-Bike neste tipo de prova, mas depressa percebi que não tinha ritmo para o conseguir acompanhar, sobretudo nas descidas em que era muito mais destemido, e ainda antes do abastecimento, ao quilómetro 18, acabei por perdê-lo de vista, tendo seguido ao meu ritmo, que mesmo assim estava a ser alto.

A paragem no abastecimento desta vez foi curta, mas mesmo assim ainda deu para provar uma bifana no pão! Segui na companhia de um amigo da Colinas Bike Tour, o José Paiva, que também ia de E-Bike, e lá fomos nós puxando um pelo outro pelos diversos trilhos que nos foram aparecendo, muitos "singles-tracks" com nomes e cartazes sugestivos que requeriam algum cuidado e atenção (sobretudo não desviar muito o olhar para o cartaz com a menina com as "curvas").

No final, chegámos à meta em 2h04m, o que mostra bem o ritmo que fomos tendo durante a prova (74% da prova foi efetuada a um ritmo cardíaco acima das 150 bpm), mais elevado que o ano passado, tendo conseguido obter o 11.º lugar nas E-Bikes, tendo o Eusébio alcançado um excelente 3.º lugar!

Em resumo, foi uma prova que continua a ter excelentes pergaminhos, com fantásticos trilhos, muito bem organizada e com bons abastecimentos, pelo que será certamente uma prova que deverá continuar a constar no nosso calendário.

Aceda aqui às classificações finais dos nossos atletas.

Publicado em 13/04/2023